segunda-feira, 26 de abril de 2010

Influência no Brasil

O substrato básico da cultura brasileira formou-se durante os séculos de colonização, quando ocorre a fusão primordial entre as culturas dos indígenas, dos europeus, especialmente portugueses, e dos escravos trazidos da África subsahariana. A partir do século XIX, a imigração de europeus não-portugueses e povos de outras culturas, como árabes e asiáticos, adicionou novos traços ao panorama cultural brasileiro. Também foi grande a influência dos grandes centros culturais do planeta, como a França, a Inglaterra e, mais recentemente, dos Estados Unidos, países que exportam hábitos e produtos culturais para o resto do globo. Herdamos principalmente o seguinte:

1. O território colonizado era imenso e adverso para as expedições europeias;
2. A sociedade começa a ser arrasada do mundo rural para o mundo urbano, fenômeno novo, que junto com a forte mestiçagem brasileira iria permitir a constituição de uma sociedade moderna;
3. Apesar das dificuldades, a implantação da cultura europeia, mesmo que misturada com outras influências, conseguiu se impor e ser adotada em lugar das culturas genuínas dos índios;
4. A multiplicidade das origens culturais hoje, é mais do que nunca valorizada e considerada constitutiva da cultura brasileira.

Em 1936, o historiador Sérgio Buarque de holanda publica raízes do Brasil, onde procura definir a essência do homem brasileiro. Defende a tese do “homem cordial”, fruto da cultura lusitana, e da estrutura política, econômica e social instável de famílias patriarcais e escravagistas. SBH mostra que os povos ibéricos ficavam às margens da cultura europeia, sendo menos submetidos a uma hierarquia feudal, e tornando-se os pioneiros no mercantilismo e nas navegações. Uma frouxidão organizacional, portanto uma liberdade maior, uma “mentalidade moderna”, colocavam os homens numa igualdade de condição, cada um dependendo de si. SBH propõe um conceito de aventureiro ibérico, animado por um desejo de novas sensações e de consideração pública, que ele contrapõe ao do trabalhador nórdico. O aventureiro seria o homem do espaço, e seus valores, a audácia, a irresponsabilidade, a vagabundagem permitiram a colonização do país, começando pelo litoral e concretizando-se com a implantação das feitorias.

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